quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Pepe Mujica, uma lenda viva

Na Rio+20, em meio a tanta movimentação, com as lentes sempre a procura dos líderes das maiores potências mundiais, um presidente de um pequeno país sul-americano fez um discurso que está dando o que falar.
“O que temos que rever é a nossa forma de viver”
José “Pepe” Mujica, presidente do Uruguai, também conhecido como o presidente mais pobre do mundo, falou de maneira simples e não se limitou a atacar a economia de mercado ou o consumismo, Mujica foi além, falou sobre a felicidade.
Segundo o presidente, nós viemos ao mundo para tentar ser felizes, mas na atual sociedade em que vivemos, filha do mercado e da competição, trabalhamos e trabalhamos, cada vez mais, para poder consumir cada vez mais, esquecendo de ser felizes.
Mujica fala do esforço dos trabalhadores, que por muito tempo lutaram por uma carga de 8 horas diárias de trabalho e que hoje, já estão conseguindo 6 horas diárias. Porém, agora, os que conseguiram 6 horas, estão tendo um segundo emprego e trabalhando mais do antes. Segundo o presidente, eles agora precisam  pagar suas prestações. “Da moto que comprou, do carro… pagam prestações, pagam mais prestações, e quando acordarem, serão velhos reumáticos como eu e a vida se foi. Esse é o destino da vida humana?”
O discurso termina com o presidente alertando que quando lutamos pelo meio ambiente, o primeiro elemento do meio ambiente se chama felicidade humana.

Infelizmente, a felicidade acabou sendo fundamentalmente associada ao consumo. E ninguém melhor do que Mujica, que doa mensalmente 90% de seu salário de presidente, pra dizer: "o que temos que rever é a nossa forma de viver". Assista o vídeo do discurso histórico:



                                              O JEITO “MUJICA” DE SER


Ao ser eleito, o presidente do Uruguai, José Mujica, disse que não iria se mudar para o palácio presidencial e cumpriu sua promessa. Agora, ele parece ter encontrado outra utilidade para a Casa Suárez y Reyes, em Montevidéu. Ele ofereceu o palacete no bairro do Prado como alternativa para abrigar pessoas que vivem nas ruas, principalmente durante o inverno.
Do outro lado do Rio da Prata, o uruguaio José “Pepe” Mujica, o chefe de Estado mais pobre do continente, vive em condições de austeridade e conserva o mesmo patrimônio que possuía quando chegou ao poder, em 2010: uma humilde chácara a 20 quilômetros em Montevidéu e um fusca modelo 1987, avaliado em US$ 1.925. Mujica doa 90% dos US$ 12.500 que recebe mensalmente a programas sociais.

Quando o Uruguai recuperou sua democracia, em 1985, Mujica, um ex-guerrilheiro tupamaro, saiu da prisão e disse que todos em seu país deviam aprender a “viver como pobres”. E foi o que ele fez. Junto com sua companheira, a senadora e também ex-tupamara LuciaTopolansky — que, ao contrário do presidente, pertencia a uma família de classe alta — mudou-se para a chácara e construiu uma vida simples.
Na semana passada, Mujica, de 77 anos, foi notícia no Uruguai por ter saído sozinho para comprar uma tampa de privada.
Na volta para casa, o presidente foi visto pelos jogadores do Huracán del Paso de la Arena, um time local, que o chamaram para comer um churrasco e conversar. E lá foi Mujica, com a tampa de privada debaixo do braço.
— A simplicidade do presidente não é pose — contou o jornalista do “El País” Eduardo Delgado. — Participei de várias viagens presidenciais, e todos fomos com Mujica em aviões de companhias comerciais e em classe econômica.
Em entrevista ao semanário “Búsqueda”, realizada durante a campanha eleitoral de 2009, o presidente explicou sua teoria. Para ele, viver como pobre é a única maneira de libertar-se das pressões da sociedade de consumo.
“Temos de escapar da escravidão que impõe a dependência material, que é uma das coisas que mais roubam tempo na sociedade contemporânea”, filosofou então Mujica. “Se você se deixa arrastar pelas pressões da sociedade de consumo, não existe dinheiro que alcance, não tem fim, é infinito”.
Além de doar seu salário, Mujica destina parte do dinheiro restante a pagar tratamentos de saúde para uma de suas irmãs, que sofre de esquizofrenia, segundo confirmaram pessoas que há muitos anos convivem com o presidente. Em sua chácara, a única mudança desde que se tornou presidente foi a construção de uma casinha para os seguranças. Com certa aversão ao protocolo, Mujica teve de aceitar, também, roupas novas. Mas sempre preservando seu estilo informal, que não inclui, até hoje, o uso de gravata.

Fonte: Internet, oglobo

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