Pesquisadores do Brasil e da Suécia anunciaram no domingo, na
revistaNature Neuroscience, a descoberta de um grupo de
neurônios que regula os processos de aprendizagem e memória.
Segundo os
cientistas, as OLM-alpha2, apelidadas de "células porteiras", ajudam
a explicar como ocorre o fluxo de informação no hipocampo, uma região do cérebro
importante na consolidação de dados em memória e aprendizado.
O estudo afirma que esses neurônios carregam um receptor para a
nicotina. "Já se sabe que a nicotina melhora processos cognitivos,
inclusive aprendizado e memória, mas esta é a primeira vez que identificamos
uma população de células nervosas que está ligada aos efeitos da
substância", diz Klas Kullander, da Universidade Uppsala.
"Nós
usamos uma nova tecnologia chamada de optogenética, na qual luz é
usada para estimular neurônios selecionados. Ficamos impressionados ao
descobrir a ativação das células porteiras após um fluxo de informação no
hipocampo, da mesma maneira que a nicotina faz", diz Richardson Leão,
professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e coautor do
estudo.
A pesquisa agora segue para tentar identificar quais tipos de memória e aprendizado podem ser selecionados pela ativação dessas células. Isso pode levar a um tipo de ativação por meios artificiais desses neurônios, por exemplo, por uma substância baseada na nicotina. "Idealmente, gostaríamos de acessar os efeitos positivos da nicotina na habilidade do hipocampo de processar informação, mas sem criar a forte dependência que mantêm os fumantes viciados em inalar a perigosa fumaça do tabaco", diz Kullander.
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